sábado, 19 de junho de 2010

“O papel da educação musical na melhoria do ambiente sonoro.”



É hora de manipular as formas do ambiente sonoro conscientizando de sua existência!

Cada vez mais a sociedade passa a um olhar mais introspectivo do ambiente a sua volta, em como o homem modifica seu meio sem pensar “no que” ou “no como”. Esta situação transformou o modo de vida da sociedade, em todos os padrões emocionais. Ou seja, vive-se em meio ao “caos dos sentidos”, sejam eles visuais, auditivos, táteis ou mesmo de gustativos. Focais no sentido auditivo do ambiente. Como houve uma “low-fi” neste mundo sonoro, (concebe-se Low-fi como massa compacta de som, com demasiada informação transformando a compreensão da mesma relativa, tal termo foi sugerido por R. Murray Schaffer, compositor/educador canadense que propõe o denominado “Soundscape”, ou também conhecida paisagem sonora).

Neste processo Schaffer, propõe uma nova audição do mundo ao redor do individuo, para que o mesmo possa compreender um mundo a sua volta através dos sons, em como o mundo contemporâneo tornou-se caótico e complexo. Além deste sentido Schaffer trata de gerar uma relação maior entre o indivíduo e seu meio, já que ao possuir consciência do estado metafísico o físico mostra-se vivo na mente do indivíduo.

Porem para isso é vital uma nova fonte de educação musical, a qual não é concebida apenas por compreender (traduzir) os aspectos básicos e funcionais da musica, tais como harmonia, melodia, contraponto, etc. Neste contexto, a música é viva, pois a consciência de música altera a realidade instrumental/vocal abrangendo novos padrões temáticos e interpretativos.

Tão consciência tornará os alvos desta educação “abertos” ao soundscape em que vivem, concebendo assim novas formas de modificação do mesmo, gerando uma desagregação do relativo “low-fi” para um processo “hi-fi”, (que se concebe como o processo contrário ao “low-fi”, caracterizado pela diluição da massa sonora), processando caminhos mais “limpos” e organizados, processo esse que está diretamente ligado ao silêncio, algo incomum neste tempo de máquinas e maquinários.

Silêncio este que não é simplesmente “algo”, e sim algo como uma entidade tão rara como deuses. Algo imperceptível tão perceptível que não se percebe, ou citando John Cage:

“O Silêncio é grávido de sons”

Tal afirmação leva a uma discussão mais emblemática, seria o silêncio hoje tão morto (inexistente) que as novas gerações não o conhecem? Para isso é necessária este vivência no ambiente sonoro sugerido por Schaffer, pois é ela que demonstrará a necessidade de uma verdadeira percepção por parte do corpo da existência do silêncio e de variadas formas de massas sonoras em unidade as paisagens sonoras.

Assim é necessário um real direcionamento a estas novas gerações, para que a escuta do mundo seja um reflexo de sua consciência individual perante a sociedade, transformando, ou não o ambiente sonoro e físico, para que o ambiente sonoro seja algo humanizado e social.



2 comentários:

  1. Oi Lz;

    Adorei o texto!
    É incrível como uma mudança na educação musical ou mesmo na percepção individual, podem alterar todo o ambiente ao redor, uma vez que as pessoas se percebem mutuamente, criando limites, respeito e gerando novos saberes.
    Porém, diversos são os ambientes de vivência dos humanos, então caberia a educação musical levar a esses o pensamento dos ambientes dominantes na cultura ou explorar o que existe em cada um?

    Abraços

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  2. Grande Luzilei!
    Gostei mto do seu blog, um conteúdo mto bacana e bem trabalhado. Vc é tão bom comunicador qto educador musical! ;-)

    Esse texto lembrou-me de outro que já li a respeito no site da ALG Acústica, ligada ao violonista André Geraissati (conhece?!)

    O link é: http://www.algacustica.blogspot.com/

    Abraços e boas blogagens!

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